Palácio da Democracia recebe exposição do artista plástico Gerardo de Sousa
Mostra reúne quadros e esculturas de um dos principais nomes da arte naif brasileira

O Grande Hall do Palácio da Democracia abriga, até o dia 31 de outubro (sexta-feira), a exposição “Arte brasileira de Gerardo de Sousa”, com pinturas e esculturas do artista plástico cearense referência da arte naif brasileira. A mostra conta com apoio do Instituto dos Magistrados do Brasil e apresenta peças da coleção particular do desembargador Peterson Barroso Simão, presidente do TRE-RJ e entusiasta da obra de Sousa.
“A imaginação prodigiosa de Gerardo de Souza, sua grande habilidade técnica, permeada de rara sensibilidade artística, produz resultados únicos, com belas imagens coloridas que se transformaram em potentes representações da brasilidade pelo mundo. Tudo isto com muita beleza, harmonia, equilíbrio e vivacidade”, analisa o magistrado.
A mostra traz 46 obras, entre pinturas, esculturas e esculpinturas do artista, reconhecido por suas representações do Nordeste, com fauna, flora e estilo únicos. Com entrada gratuita, a exposição permanece aberta à visitação até o dia 31, sempre de segunda a sexta-feira, das 11 às 19h. O Palácio da Democracia, sede do TRE-RJ, fica na Rua da Alfândega 42, Centro do Rio.
O ARTISTA
Referência na arte naif brasileira, Gerardo de Sousa despontou tardiamente no meio artístico, após uma infância difícil vivida no Piauí e no Ceará. Criado em meio às artes populares e ao artesanato tradicional das feiras nordestinas, mudou-se aos 20 anos para o Rio, quando teve seu primeiro contato com a pintura.
Sempre muito coloridas, originais e espontâneas, características próprias da arte naif brasileira, suas pinturas começaram a ser expostas na Feira Hippie da Praça General Osório, em Ipanema, nos anos 70. Seu talento não demoraria a ser reconhecido, o conduzindo às galerias da Zona Sul e da vizinha Niterói, iniciando uma bem-sucedida trajetória como pintor.
Após 20 anos de carreira, o artista enveredou nos anos 90 pelo caminho da escultura. Ao investigar elementos substitutivos da madeira, para confeccionar os chassis das suas telas, descobriu por acaso a "matéria vegetal", com a qual passou a trabalhar sua nova expressão artística, as suas chamadas “esculpinturas”.
O uso da matéria vegetal é considerado ecologicamente correto por empregar apenas vegetais residuais, como bagaço de cana triturado, serragem e seiva de bananeira. Os ingredientes passam horas em cozimento dentro de uma panela de ferro, até ganharem consistência de massa para modelar. Unindo arte e ecologia, Gerardo de Sousa traz à tona relevos, cores e formas com motivo inspirados em lembranças e representações de sua infância.
Em seu currículo constam mais de 80 exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior. Gerardo de Sousa possui obras em inúmeros museus e coleções particulares por todo o mundo. Além disso, tem sido referido em inúmeras revistas de artes plásticas brasileiras e estrangeiras. Ele faleceu precocemente em 2012, aos 62 anos, vítima de um acidente doméstico.
SERVIÇO
Exposição Arte brasileira de Gerardo de Souza
Autor Gerardo de Sousa
Curador: Mário Reis
Horário: segunda a sexta, das 11h às 19h
Período: 14/10/25 a 31/10/25,
Localização: Grande Hall do Palácio da Democracia
Endereço: Rua da Alfândega 42, Centro. (próximo à Igreja de Nossa Senhora da Candelária)
Entrada franca