Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, a Escola Judiciária do Eleitoral do Rio de Janeiro (EJE-RJ) realizou, nesta terça-feira (8), a quarta edição do webinário "Mulheres Eleitoralistas", que foi transmitido ao vivo pelo canal oficial do TRE-RJ no YouTube. Participaram do evento a relatora do novo Código Eleitoral, a deputada federal Margarete Coelho, a professora da Uerj Lia Faria, a engenheira Alda Marco Antônio e a magistrada e política Denise Frossard, todas com uma trajetória de ativismo político e exercício de funções públicas. 

Compuseram a mesa, as mediadoras do debate desembargadora eleitoral Kátia Junqueira, atual diretora da EJE-RJ, a advogada e ex-diretora da EJE-RJ, Cristiane Frota, e a professora doutora de Direito Eleitoral da Uerj e conselheira da EJE-RJ, Vânia Aieta. "Esta edição reúne mulheres que simbolizam um movimento de luta, de conquistas e de realização da participação feminina não apenas na política, mas nos vários campos da formação do conhecimento e solidificação das instituições democráticas", destacou o presidente do TRE-RJ, desembargador Elton Leme.

O webinário

Deputada federal pelo Piauí, Margarete Coelho argumentou que a reserva de 30% para candidaturas femininas representou um aumento significativo na participação de mulheres na Câmara dos Deputados. "Há, porém, muito a ser feito. Precisamos garantir essa participação em todos os entes federativos, ver mulheres ocuparem também casas legislativas estaduais e municipais", afirmou a deputada. 

Ela apontou algumas inovações que foram acrescentadas ao texto do novo Código Eleitoral, aprovado na Câmara dos Deputados em setembro de 2021, como  reserva de 30% dos cargos de direção nos partidos e a criminalização da violência política contra a mulher. A diretora da EJE-RJ, desembargadora eleitoral Kátia Junqueira, reforçou que, mesmo com as ações afirmativas conquistadas, "a participação feminina na política, no Legislativo e nos órgãos decisórios dos partidos ainda é pequena e precisa ser defendida".

A professora Lia Ciomar Macedo Faria, a engenheira Alda Marco Antônio e a juíza aposentada Denise Frossard fizeram um relato das trajetórias delas na política e nas lutas feministas. Lia Faria relembrou o ativismo político que a levou a se candidatar à Prefeitura de Nova Friburgo nas primeiras eleições gerais após a abertura política do regime militar, em 1982.

Quando foi vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antônio teve atuação fundamental na criação da primeira Delegacia de Defesa da Mulher, em 1983, e na condução de uma política de criação de creches em São Paulo, que seriam reconhecidas como política de educação infantil. Deputada federal mais votada em 2002 no Rio de Janeiro, Denise Frossard recordou apoios e dificuldades que teve na vida pública. "A cada dia 8 de março devemos celebrar as conquistas, que foram difíceis, mas, principalmente, lembrar que a luta continua", disse Denise Frossard.

Edições anteriores

A primeira edição do "Mulheres Eleitoralistas" ocorreu em 2019, na gestão da então diretora da EJE-RJ, a advogada Cristiane Frota, que integrou o Colegiado do TRE-RJ por dois mandatos consecutivos. O evento nasceu com o objetivo de estimular e ampliar o debate sobre a participação feminina nos cenários políticos do Rio de Janeiro e nacional. A íntegra do evento e as edições anteriores estão disponíveis no canal oficial do TRE-RJ no YouTube.

Nessas edições anteriores, estiveram entre as palestrantes a advogada e também ex-diretora da EJE-RJ, Ana Tereza Basílio, a ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Luciana Lóssio, a ex-procuradora regional eleitoral do Rio de Janeiro, Silvana Batini, a desembargadora estadual Myriam Medeiros, a atual procuradora regional eleitoral do Rio de Janeiro, Neide Mara Oliveira, e a jornalista Maiá Menezes, entre outros nomes de peso.