"Mulheres Eleitoralistas" analisa ascensão da extrema direita e seus impactos nos direitos das mulheres
Evento promovido pela EJE-RJ discutiu a presença feminina no Judiciário e os desafios diante de movimentos autoritários

A Escola Judiciária Eleitoral do Rio de Janeiro (EJE-RJ) promoveu, nesta quinta-feira (13), a sétima edição do painel de debates "Mulheres Eleitoralistas". O evento, alusivo ao Mês da Mulher, foi realizado no auditório do Palácio da Democracia e mediado pela advogada Cristiane Frota, idealizadora da atividade e ex-diretora da EJE-RJ, e pela atual diretora, desembargadora eleitoral Daniela Bandeira de Freitas. O encontro abordou a ascensão da extrema direita no mundo e seus impactos nas pautas de inclusão e diversidade.
O primeiro painel, conduzido pela diretora Daniela Bandeira de Freitas, contou com as participações da conselheira federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Rita de Cássia Sant'Anna Cortez e da presidente da Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), juíza Eunice Haddad. As debatedoras discutiram a presença feminina nos espaços de poder, especialmente no Judiciário, destacando os desafios enfrentados pelas mulheres.
A advogada Rita de Cássia destacou características dos movimentos de extrema direita, como nacionalismo, autoritarismo, populismo, desinformação e rejeição à diversidade, apontando como essas tendências afetam diretamente os direitos das mulheres.
"As maiores repercussões no Brasil foram nos direitos reprodutivos e nas propostas de revisão da Lei Maria da Penha, direitos duramente conquistados que estão sob ataque", afirmou a conselheira federal da OAB.
O segundo painel, mediado por Cristiane Frota, reuniu a conselheira da OAB Fabiana Dias, a professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e advogada Vânia Aieta, e a desembargadora eleitoral Tathiana de Carvalho Costa, do TRE-RJ, que participou por vídeo.
A conselheira Fabiana Dias traçou um panorama das conquistas femininas, desde o direito ao voto até a recente declaração de inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra em casos de feminicídio. Advogada e professora da pós-graduação de Direito Eleitoral da Uerj, Vânia Aieta ressaltou a importância de compreender a estratégia e as motivações dos movimentos autoritários, para que a atuação na defesa da democracia seja eficaz.
Entre os presentes estavam o presidente do TRE-RJ, desembargador Henrique Carlos Figueira; o ex-presidente do Tribunal, desembargador Elton Leme; a diretora-geral do TRE-RJ, Eline Íris; o ex-diretor da EJE-RJ, desembargador Fernando Chagas; e a juíza Sylvia Therezinha Hausen de Arêa Leão.
O evento será disponibilizado na íntegra no canal TV TRE-RJ no YouTube.