Evento sobre momentos marcantes das eleições reúne especialistas de diversas áreas na Biblioteca Nacional

Organizado pelo TRE-RJ, o Seminário Memória Popular marcou o início da contagem regressiva para as Eleições Municipais de 2024

Três pessoas posam diante da arte do evento; da esquerda para a direita, o presidente do TRE-RJ,...

Personalidades de diferentes áreas de atuação participaram, nesta sexta-feira (6), do seminário "Memória Popular: Histórias e personagens inesquecíveis das eleições no Rio", promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), na Biblioteca Nacional, para marcar o início da contagem regressiva de um ano para as Eleições Municipais de 2024. 

O encontro buscou retratar o olhar da sociedade civil sobre as eleições e traçar um panorama dos pleitos no Rio de Janeiro, passando por personagens e situações icônicas, além de tratar da conquista do direito ao voto, da representatividade de grupos minorizados e do sufrágio como forma de protesto.

O presidente do TRE-RJ, desembargador João Ziraldo Maia, fez a abertura do evento. "Mais do que nunca, é necessário lembrar a história das eleições, da democracia e de sua conquista, bem como seu compromisso com os diferentes atores sociais, muitos deles representados aqui hoje. Em um evento que o TRE-RJ organiza, não para falar, mas para ouvir a sociedade", declarou o desembargador.

O jornalista e analista político da GloboNews, Octavio Guedes, contou que fez a cobertura da apuração das eleições de 1994, a última antes da adoção da urna eletrônica. Ele mencionou as fraudes constatadas à época, e que levaram ao que classificou como parto da urna eletrônica. 

"O caminho do voto antes da urna eletrônica era muito vulnerável", comentou o jornalista, ao fazer a defesa do sistema eletrônico de votação. "A apuração agora é tão rápida e confiável que me deixou sem causos interessantes para contar", brincou Octavio Guedes.

Colunista da Folha de S. Paulo, o cientista político Celso Rocha de Barros traçou um panorama da política fluminense e explicou como o Rio deixou de pautar a política nacional após o golpe de 1964. Para abordar o voto como forma de protesto, o também cientista político e professor da PUC-Rio, Ricardo Ismael, contou a história da candidatura fictícia do Macaco Tião, um manifesto feito na eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro em 1988.  

O fenômeno Macaco Tião também foi lembrado pelo ator e humorista Hélio de la Peña, ex-integrante do antigo humorístico Casseta & Planeta. O programa reunia integrantes dos dois grupos responsáveis pelo lançamento da candidatura fictícia: as publicações Casseta Popular e Planeta Diário. 

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Ricardo Ismael, que participou por videoconferência, ainda mencionou o elevado índice de votos nulos nos últimos pleitos municipais no Rio de Janeiro, explicou as possíveis causas do fenômeno e argumentou contra esse tipo de manifestação, embora entenda ser legítima. "É preciso que a sociedade participe da renovação política, para mudanças é preciso envolvimento social", avaliou o cientista político.

Celso Rocha de Barros defendeu a obrigatoriedade do voto no Brasil. "É uma oportunidade de ouvir também quem não gosta de política", argumentou o cientista político, apontando uma saída contra extremismos.

Diretora-geral do Arquivo Nacional e professora da Universidade de Brasília (UnB),  Ana Flávia Magalhães Pinto, também tratou do poder da mobilização social para as mudanças políticas no país. "Erra muito quem acredita que o povo brasileiro assiste bestializado à movimentação das elites", defendeu a historiadora. Ela citou personagens que marcaram a luta da população negra na conquista ao voto e ao direito de ser votada, como José Agostinho dos Reis e Cacilda de Souza.

O presidente do TRE-RJ, desembargador João Ziraldo Maia, defendeu que os partidos políticos sejam cobrados pelos eleitores com relação à sub-representação de pessoas negras na política. O magistrado mencionou ainda que o Tribunal julga um elevado índice de processos de fraude à cota de gênero e explicou que muitas mulheres candidatas acabam inelegíveis por falta de apoio dos partidos na prestação de contas de campanha. 

Promovido pela Coordenadoria de Comunicação Social (Cosoc) do TRE-RJ, em parceria com a Fundação Biblioteca Nacional, o seminário foi realizado no Auditório Machado de Assis, localizado na sede da instituição, na Cinelândia. A íntegra do seminário, mediado pelo coordenador de comunicação social do Tribunal, Stéfano Salles, está disponível no YouTube.

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