O voto eletrônico é auditável? Com essa pergunta, a diretora da Escola Judiciária Eleitoral do Rio de Janeiro (EJE-RJ), desembargadora eleitoral Kátia Junqueira, abriu a palestra "Democracia digital e a modernização do sistema de votação: o voto impresso cumpre esse papel?", realizada na manhã desta quinta-feira (29). Convidado do encontro, o secretário de Modernização, Gestão Estratégica e Socioambiental do TSE e ex-diretor do TRE-RJ Bruno Andrade garantiu que atualmente o voto já é auditado, passando por uma série de verificações ao longo do processo.

"Não é apenas para confiar na Justiça Eleitoral, a sociedade deve fiscalizar o poder público sempre", disse Bruno Andrade. Ele defendeu que a desconfiança em torno da urna eletrônica é também uma preocupação genuína das pessoas que têm receio de qualquer inovação tecnológica. "Muitas pessoas ainda têm medo de utilizar o internet banking, por exemplo", afirmou. Para ele, as pessoas precisam ser informadas que qualquer cidadã ou cidadão pode acompanhar e fiscalizar todas as etapas do processo eletrônico de votação. "Minha dica é: seja mesário voluntário ou participe da audiência pública de inseminação das urnas", provocou.

Sobre a PEC 135, Bruno Andrade disse que a proposta inicial apresentada não é de auditoria ou melhoria do atual sistema. "O que se propõe é substituir a totalização eletrônica pela apuração em papel, a urna eletrônica seria uma mera impressora de voto", analisou. "O voto impresso não é um avanço tecnológico, mas um retrocesso, pois não cumpre o papel de trazer maior transparência para o processo eleitoral. Além disso, faz com que retornem problemas que já havíamos abandonado, ao reinserir o aspecto humano em várias fases do processo, o que era motivo de fraudes em eleições passadas", garantiu Bruno Andrade.

A íntegra da live "Democracia digital e a modernização do sistema de votação: o voto impresso cumpre esse papel?" está disponível no canal TV TRE-RJ, no YouTube.