TRE-RJ apreendeu quase R$ 5 milhões em operações de combate à compra de votos no 1º turno
Atividades coordenadas do Núcleo de Fiscalização do TRE-RJ e da Polícia Federal começaram nas semanas que antecederam o pleito

A atuação conjunta do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) com as forças de segurança pública durante o período eleitoral resultou na apreensão de quase cinco milhões de reais que seriam usados para compra de votos no 1º turno. Em uma série de ações coordenadas, o Núcleo de Fiscalização do TRE-RJ e a Polícia Federal intensificaram o combate às práticas ilícitas nos dias que antecederam o pleito.
O presidente do TRE-RJ, desembargador Henrique Figueira, esteve à frente do Gabinete Extraordinário de Segurança Institucional (Gaesi), coalizão composta por representantes das polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal, e pelas Forças Armadas: Exército, da Marinha, da Aeronáutica, além da Guarda Municipal, para inibir e reprimir crimes eleitorais.
No domingo (6), durante o 1º turno, membros do Gaesi permaneceram reunidos o dia todo no Palácio da Democracia, nova sede do TRE-RJ. Uma sala de situação foi montada no local para monitorar ocorrências e fornecer soluções rápidas e integradas. O modelos será repetido no segundo turno.
Ação preventiva
Uma das operações, intitulada "Teatro Invisível", culminou na prisão de quatro pessoas suspeitas de integrar um grupo responsável pela disseminação de notícias falsas sobre candidatos, com possível influência em eleições de pelo menos 13 prefeituras desde 2016. O grupo teria atuado em três pleitos eleitorais, propagando desinformação com o intuito de manipular o resultado das disputas municipais.
Outras ações, ambas na Baixada Fluminense, resultaram na apreensão de mais de dois milhões em espécie que, segundo investigações, seriam utilizados na compra de votos. Em Duque de Caxias, um homem foi preso portando R$1.981.030,00. Já em Belford Roxo, a polícia apreendeu R$150 mil que seriam utilizados por um candidato a vereador para corromper eleitores.
Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Belford Roxo, no bairro Xavantes, também foram apreendidos cerca de R$55 mil e dois indivíduos foram presos por porte ilegal de arma. Investigações apontam que milicianos estariam coagindo eleitores do bairro a votarem em um candidato específico, em troca de proteção parlamentar.
Na Capital, uma operação resultou na apreensão de R$1.859.040,00. O montante estava distribuído em caixas de papelão dentro de veículos de uso exclusivo de um suspeito de praticar corrupção eleitoral e lavagem de dinheiro. Os automóveis estavam estacionados em um centro empresarial na Barra da Tijuca.
Ocorrências
Dados atualizados mostram que, no domingo de votação, a ação da Polícia Civil em todo o estado do Rio de Janeiro registrou 233 crimes eleitorais e 23 crimes comuns. Foram ainda registradas sete prisões em flagrante, duas prisões de candidatos, além de 10 eleitores. Um adolescente foi apreendido.
Foram reportados quatro crimes comuns nos quase cinco mil locais de votação, o que reforça o clima de segurança no pleito. Os casos incluíram ocorrências de dano e depredação, lesão corporal e de vias de fato. Além disso, foram registrados 19 crimes comuns envolvendo candidatos. Entre eles, cinco casos de ameaça, sete de calúnia, cinco de injúria e dois de lesão corporal. Os incidentes foram controlados pelos agentes, que atuaram de forma eficaz para evitar transtornos mais graves.
No que diz respeito aos 233 crimes eleitorais, o mais frequente ao longo do dia foi o de boca-de-urna, com 80 ocorrências. Outros delitos incluíram compra de votos e corrupção eleitoral, violação ou tentativa de violação do sigilo do voto, propaganda eleitoral irregular, transporte ilegal de eleitores e desobediência às ordens da Justiça Eleitoral. A Polícia Civil ainda apreendeu R$22.131,00 no dia da votação.